Programação da 32ª Romaria de Canudos contará com diversas ações culturais, inclusive debates literários
A tradicional Romaria de
Canudos-Ba iniciou sua programação nesta última terça (15/10). A programação já
foi divulgada e vai até o domingo (20/10), quando ocorre os eventos mais
esperados; alvorada, a Celebração Eucarística, em seguida a Caminhada ao
Mirante, onde haverá a apresentação teatral durante as paradas e pôr fim a despedida
e Benção dos Romeiros e Romeiras.
De acordo com um dos membros
fundadores do INSTITUTO POPULAR MEMORIAL DE CANUDOS- (IPMC), o Padre Santhiago;
o Sertão Nordestino continua sendo terra fértil onde as sementes da esperança e
da liberdade estão bem vivas.
“Nos
convoca, nos motiva e nos fortalece nestes tempos tão desafiantes. Participar
nesta Romaria é uma honra para todos nós”, declara.
O líder da igreja católica
lembra que o tema da Romaria de 2019 será “CANUDOS, TERRA FÉRTIL DE ESPERANÇA E
LIBERDADE” porque a aventura humana do Conselheiro em Belo Monte é como uma
“terra fértil”. Ele acredita que a esperança e liberdade que ali nasceram na
última década do século XIX continuam dando frutos nestes tempos nada propícios
para colheitas abundantes.
“Nós
não vamos pular do barco agora que a tormenta é mais ameaçante” acrescenta.
Após falar do tema e não
menos importante, ele ressalta, o lema: “QUE
NÃO NOS ROUBEM A MEMÓRIA E A FÉ”.
O Padre Santhiago acredita que é o lema que está na frente como desafio. E segue convicto que uma sociedade sem a memória que dá sentido ás suas lutas e sem a fé que os fortalecem na caminhada, não oferece argumentos para a resistência dos fracos e está fadada a uma morte prematura.
O Padre Santhiago acredita que é o lema que está na frente como desafio. E segue convicto que uma sociedade sem a memória que dá sentido ás suas lutas e sem a fé que os fortalecem na caminhada, não oferece argumentos para a resistência dos fracos e está fadada a uma morte prematura.
EXIBIÇÃO
DO FILME BACURAU EM (18/10), NO MEMORIAL ANTÔNIO CONSELHEIRO, É UM DOS MOMENTOS
MAIS ESPERADOS DA ROMARIA.
Na cidade de Bacurau, que
sequer pode ser encontrada no mapa, assim como em Canudos (Belo Monte), coisas
estranhas acontecem. A violência faz parte do cotidiano, por isso tantos
caixões. Mas eis que surgem alguns visitantes estranhos capazes de trazer mais
violência. Enquanto isso, acompanhamos diversos personagens, moradores da
pequena cidade, com suas nuances e motivações.
Ao mesmo tempo em que
Bacurau é um filme que tece diversos comentários por meio dos acontecimentos em
um microcosmo que representa o Brasil, o filme também não diz “a que veio” logo
de cara. Em seu tempo, ele desvenda os elementos que fazem parte da trama e
revela pouco a pouco o que motiva os personagens. E ainda traz imagens com
metáforas riquíssimas: os caixões quebrados, a boca de um animal morto e um
corte seco para uma cruz, a mão do estrangeiro machucada pelo espinho desta
terra.
“Em
alguns momentos, Bacurau me lembrou a Guerra de Canudos. Vir muito do
personagem principal, que como Antônio Conselheiro, defendia a terra e a
liberdade não somente um homem egoísta e solitário, mas a luta de toda uma
gente. Que se rebela, que resiste. Que precisa de alguma droga que turve a
vista e permita conviver com tamanha violência de um sistema que oprime. Que
retorna às suas origens do cangaço para combater o poder estrangeiro que
desumaniza e mata! O filme é um retrato contemporâneo de uma Canudos massacrada”
revela o jornalista e filho da terra Márcio
Malta.
O jornalista acredita que a
escolha do filme trará a população mais proximidade das propostas da Romaria 2019,
que o filme e o debate entorno do enredo do filme e a programação dos romeiros
terão efeitos e reflexões profundas e necessárias.
APRESENTAÇÃO
DO PROJETO: CANUDOS, HISTÓRIA E MEMÓRIA – REUNIRÁ GRANDES FOMENTADORES CULTURAIS
DA PRÓPRIA CANUDOS; FALANDO DE SUAS HITÓRIAS E DO SEU POVO
O carismático e querido professor dos Canudenses por gerações e gerações, João Ferreira, salienta o quanto a tradição oral dos antepassados é importante para que os canudenses da Canudos atual compreendam a sua própria história, bem como eventos como a Romaria de Canudos, pois, contribuem para a desconstrução de um discurso preconceituoso sobre os milhares de sertanejos que, liderados pelo seu líder Antônio Conselheiro, fundaram uma comunidade diferente em todos os segmentos sociais, culturais e religiosos.
“Belo
monte representa símbolo de resistência, pois, o povo do sertão teve voz na
luta contra os potentados que dominavam toda a Região do Nordeste, esse projeto
de pesquisa e leitura é a extensão de tudo isso”,
acredita o professor de história e língua portuguesa João Ferreira.
Além de João, tem outros
professores, fomentadores e produtores culturais da cidade que compõe o projeto
de pesquisa e literatura da história de Canudos; Adriana Fontes, José Alex (Lequinho)
Miriam, Leleca, Josefa Régis, Neto Camorim, Bianca, João Batista, Edila, Maria
Betânia, Josileide Valença, Lilian, Rita de Cássia, Cátia Lino, Tatiana Aquino,
Janice Dalva, Moisés Varjão e MUIOS OUTROS.
(19/10)
HAVERÁ LANÇAMENTO DO LIVRO: SERTÃO, SERTÕES: REPENSANDO CONTRADIÇÕES,
RECONSTRUINDO VEREDAS É MUITO ESPERADO PELOS CANUDENSES
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LANÇAMENTO DO LIVRO:
SERTÃO, SERTÕES: REPENSANDO CONTRADIÇÕES, RECONSTRUINDO VEREDAS será no Instituto Popular Memorial de Canudos. |
O lançamento aguça a
imaginação dos moradores de Canudos; uma vez que o livro conta com a
contribuição, participação de um jovem Canudense na construção final da obra.
“O
convite de participação do livro surgiu em uma visita de campo feita pelos
organizadores, em 2018 foi lançado a proposta de escrever sobre a história a
partir das minhas raízes e do meu trabalho como Guia. Joana Barros, Caio
Marinho e Gustavo Prieto fez o convite e abracei com todo carinho! ” revela
com muito carinho, o historiador sertanejo de 33 anos, João Batista da Silva Lima.
Além de historiador pela UNOPAR,
João Batista é graduado em administração pela FAZAG. Membro descendente e Conselheirista, atua como
Monitor de Turismo Local. Disponibiliza tempo como membro do Instituto Popular
e da Comissão da Romaria de Canudos, e leva consigo o honroso título de Comenda
do Conselheiro Vivo em Quixeramobim-CE, que recebeu em 2018.
O livro Sertão, sertões:
Repensando contradições, reconstruindo veredas, organizado por Joana Barros,
Gustavo Prieto e Caio Dendê retrata a história de Canudos e sua gente, sua
terra, suas lutas, seus dissensos instauradores.
Além do jovem canudense
conta com a colaboração dos textos de Felipe Estrela, Clímaco Dias, Grace B
Alves, Paulo C. Zangalli Jr., Elisa Favaro, Gabriela Carvalho, Cloves Dos
Santos Araujo, Marco Tomasoni e posfacio
de Gabriel Ferreira Zacarias, no caderno de textos, e um caderno de fotografias
com imagens de Flavio de Barros, Verger, Antonio Olavo, Claude Santos e Alfredo
Vila-flor.
Os organizadores; Joana
Barros, Caio Marinho e Paulo Zangali estarão em Canudos e farão um grande
debate durante o lançamento do livro. O debate ainda contará com a mediação de
Neto Camorim, um dos historiadores referência quando o assunto trata-se da “Guerra
de Canudos”, Neto é Professor e
pesquisador que luta pela memória e
preservação dos ideais do seu conterrâneo Antônio Conselheiro – ambos naturais
de Quixeramobim-CE.
O livro foi lançado em
primeira mão Festa Literária Internacional de Paraty, maior evento literário da
América Latina, na FLIP/FLIPEI, em São
Paulo no ateliê do Bixiga e também na livraria travessa no Rio de janeiro. Os
organizadores têm a certeza que o momento mais esperado será durante a Romaria
e logo depois em na capital baiana, Salvador!
PROGRAMAÇÃO COMPLETA DA 32ª ROMARIA DE CANUDOS 2019
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